hoje de manhã, oito horas, copacabana. duas senhorinhas com cara de crente me abordam na porta do metrô.
o senhor sabia que vai haver uma mudança de governo na terra?
respondo com meu tom de voz mais polido, educado, agradável:
oi. bom dia. infelizmente, não estou interessado. eu sou adorador de satanás e vou pro inferno.
a senhorinha olha pra baixo, o oliver ali mais lindo do que nunca, feliz e sedutor com suas botinhas pretas de andar na rua, e tenta articular sua surpresa, algo tipo “como pode um satanista ter um cachorro tão lindo”, mas antes que ela possa falar, eu completo:
e foi ele que me converteu. esse cão.